sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

BAROCO BRASILEIRO

IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA
NO RIO DE JANEIRO - 1653


 A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência é uma igreja colonial localizada junto ao Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, centro da cidade do Rio de Janeiro. Pela sua decoração barroca exuberante, é considerada uma das mais importantes da cidade e do Brasil.

O interior da Igreja é excepcional na unidade de estilo e qualidade da talha dourada dos altares e paredes, que cobrem toda a superfície disponível, e da pintura do forro de madeira do teto.






REVISTA VEJA - 4 DE ABRIL DE 2001
http://veja.abril.com.br/040401/p_076.html


Igreja de São Francisco da Penitência, um
dos símbolos do barroco brasileiro, é reaberta
depois de doze anos de abandono


Lucila Soares
Fotos Claudia Laborne
O Convento de Santo Antônio e a Igreja de São Francisco da Penitência: conjunto harmônico


O barroco brasileiro produziu alguns dos mais imponentes conjuntos arquitetônicos do mundo. Ouro Preto, Congonhas do Campo e o centro histórico de Salvador fazem parte de uma lista de maravilhas que deixam boquiabertos todos os especialistas em história da arte. Mas é por trás de uma fachada carioca sem nenhuma notoriedade que se esconde um dos maiores tesouros do barroco tropical. A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, no centro do Rio de Janeiro, é um requintadíssimo exemplar do luxo e da dramaticidade que são a marca da arte dos séculos XVII e XVIII. Depois de doze anos abandonada à umidade e aos cupins, ela será reinaugurada na próxima sexta-feira, depois de um trabalho minucioso de restauração. Volta-se a ver assim como eram originalmente as obras de três dos mais importantes artistas portugueses da época: o entalhador Manuel de Brito, o mestre escultor Francisco Xavier de Brito – que depois influenciaria o trabalho de Aleijadinho em Minas Gerais – e o pintor Caetano da Costa Coelho.
O que torna a Igreja de São Francisco da Penitência uma preciosidade é o pioneirismo. O Rio de Janeiro era uma jovem cidade de menos de 100 anos em 1657, quando a Ordem Terceira de São Francisco, braço leigo (e rico) da ordem do santo de Assis, iniciou a construção de uma capela anexa ao Convento de Santo Antônio. A sofisticação da igreja e das imagens foge ao padrão brasileiro da época. "Mesmo em relação a Lisboa é uma igreja precoce. E em muitos aspectos antecipa o barroco mineiro", diz a arquiteta Claudia Storino, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que coordenou o trabalho de restauração. Também chama a atenção a unidade de estilo, rara para uma época em que as igrejas levavam muito tempo para ser construídas e iam tendo o projeto modificado durante a obra.
Basta entrar na igreja para ter a noção do tamanho da empreitada que a restauração significou. Todas as paredes são revestidas de talha de madeira dourada e estavam tão sujas que era impossível apreciar devidamente os detalhes de flores e anjos. O altar-mor, dominado por um impressionante Cristo alado – representação do sonho de São Francisco de libertá-lo do sofrimento da cruz –, ameaçava ruir. O teto, que retrata a ascensão do santo padroeiro da ordem, é pintado em perspectiva, técnica já comum no barroco italiano mas nunca utilizada antes no Brasil. Estava coberto de uma crosta de sujeira que tirava boa parte do impacto visual da obra, dramática no jogo de luz e sombra. Isso sem falar nos problemas estruturais que ameaçavam a integridade física do edifício. Só de telhado foram substituídos 3.000 metros quadrados.
O trabalho de recuperação levou dois anos e envolveu uma equipe que chegou a ter 120 pessoas. Até tomografia computadorizada foi usada em algumas imagens, para detectar o que estaria por baixo das camadas de tinta que escondiam a pintura original. No caso da Nossa Senhora da Conceição, que veio de Portugal, descobriu-se sob um inexpressivo manto azul um precioso brocado esculpido, com detalhes de ouro. Mas a maior parte dos achados deve ser creditada ao trabalho de chinês dos técnicos. Munidos de bisturis cirúrgicos, espátulas de dentista, lixas e solventes, eles encontraram no altar principal e nos das laterais uma belíssima pintura marmorizada azul escondida sob camadas de dourado. Descobriram também que o Senhor Morto da igreja era, na verdade, um Cristo crucificado adaptado. A imagem tivera os braços quebrados e os olhos fechados com massa para cumprir a nova função.
A restauração custou 3,5 milhões de reais, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos da Lei Rouanet. O trabalho não acabou. As próximas etapas incluem a recuperação das duas capelas laterais e da casa do administrador, além da instalação de um museu de arte sacra. A idéia é dar autonomia financeira ao conjunto, que vai abrigar oficinas de arte e será aberto para casamentos e recepções. A recuperação física do passado de um país e sua manutenção em estado apresentável são uma lição sabida de cor nos países com tradição de zelo pela própria História. O Brasil parece estar aprendendo.

Por trás de uma fachada austera, o barroco explode com toda a força no dourado da talha de madeira que reveste a nave, nas imagens do altar principal, na iluminação natural que realça o claro-escuro das paredes e do teto e também em detalhes descobertos ao longo do minucioso trabalho de restauração: acima à esquerda, a pintura marmorizada em azul do altar e, à direita, a delicadeza da decoração do balaústre, que reproduz o desenho do chão



São Francisco da Penitência abriga um conjunto precioso de obras que a torna um exemplar precoce da arte do período barroco até para os padrões da metrópole, Lisboa, dos séculos XVII e XVIII. Acima à direita, a imagem de Nossa Senhora da Conceição do altar principal, livre das inúmeras camadas de pintura que esconderam durante anos suas cores originais e o delicado trabalho da roupa, como o brocado de seu manto, talhado na madeira e com detalhes de ouro. No alto à direita, o teto executado em perspectiva pelo pintor português Caetano da Costa Coelho, num magistral trabalho de luz e sombra que mostra a ascensão do santo padroeiro da igreja e foi pioneiro no Brasil. No alto à esquerda, a face atormentada do Cristo alado que domina a cena do sonho de São Francisco de libertá-lo do sofrimento da cruz. E, acima à esquerda, o detalhe dos anjos dourados que enfeitam os balcões laterais da igreja

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

CONSTRUÇÃO DAS PIRÂMIDES





CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA


PRÉ HISTÓRIA BRASILEIRA

Quando a produção material do homem primitivo deixou de ter apenas funcionalidade para possuir valores atrubuídos como arte?

MISTÉRIOS DA PRÉ HISTÓRIA

http://www.revistaturismo.com.br/passeios/stonehenge.htm

Na planície de Salisbury, sul da Inglaterra, é que se ergue esse estranho e indecifrável complexo monolítico chamado Stonehenge, um enigma tão grande quanto ao das pirâmides.
Stonehenge é o monumento pré-histórico mais importante da Inglaterra e não há nada semelhante à ele em todo o mundo. Este altar de pedras tem sido usado há 5000 anos e até hoje não se tem certeza absoluta qual era sua finalidade. Rituais Druidas, cerimônias em homenagem ao sol, ou portal para seres de outros planetas são algumas das possibilidades sempre lembradas.
Os saxões chamavam ao grupo de pedras erectas "Stonehenge" ou "Hanging Stones" ( pedras suspensas), enquanto os escritores medievais se lhes referem como "Dança de Gigantes".

As “pedras azuis” usadas para construir Stonehenge foram trazidas de até 400 km de distância, nas montanhas de Gales, com direito a travessia marítima, quando não faltavam pedreiras na vizinhança. Algumas pesam 50 toneladas e tem 5 metros de altura. Se alguém traçar uma linha no chão, passando no meio do círculo formado pelas pedras, vai ver que esta linha aponta para a posição do nascer do sol de verão.



A mais antiga referência ao monumento, supõe-se, é a que faz o grego Hecateu de Abdera na sua "História dos Hiperbóreos", datada de 350 a.C. : "ergue-se um templo notável, de forma circular, dedicado a Apolo, Deus do Sol..."

O monumento é um exemplo clássico das civilizações megalíticas. Cientistas afirmam que Stonehenge foi construído entre os anos 2800 e 1100 a . C., em três fases separadas: 1ª Fase : (Morro Circular), que conhecemos como o círculo externo de Stonehenge e dos três círculos de buracos, cinqüenta e seis ao todo, que cercam o monumento.

As quatro "pedras de estação" que se supõe terem sido utilizadas como um Observatório Astronômico, o objetivo aparente seria observar o nascer e o por do Sol e da Lua, visando elaborar um calendário de estações do ano. 2ª Fase : que iniciou em 2100 a . C., houve a construção do duplo círculo de pedras, em posição vertical no centro do monumento, bem como da larga avenida que leva a Stonehenge e da margem externa das planícies cobertas de grama que o rodeiam.
Na Terceira e última fase, o duplo círculo de pedras foi separado e reconstruído, sendo erguidos muitos dos trílitos.

Originalmente Stonehenge era um círculo externo media 86 m de diâmetro. O círculo interno,com as pedras maiores, media 30 m. Havia ainda uma avenida de acesso principal onde ficavam os portais de pedra, marcando o alinhamento do sol e os ciclos da lua. Analisando-se as pedras viu-se que elas foram cortadas para encaixar exatamente uma na outra, o que é incrível, já que na época não existiam ferramentas de construção com esta precisão.

Ao meditar sobre os mistérios de Stonehenge, vale lembrar que, naquela época, diferentes tribos e autoridades contribuíram para a construção de Stonehenge. Cada um pode ter tido objetivos diferentes para construir o monumento.

Alguns relatos históricos contam que os Druidas, uma tribo Celta que habitou a região da Inglaterra durante o império Romano fizeram cerimônias aqui, mas é certo que não foram eles que construíram Stonehenge, pois o monumento já existia quando os Druidas chegaram à Inglaterra, a datação pelo carbono-14 prova isto. Eles apenas herdaram a tradição, costumes e rituais dos primeiros moradores deste lugar.

Acredita-se que Stonehenge e outros sítios megalíticos hajam sido construídos pelos antepassados dos Druidas deste milênio, por acreditarem que fossem lugares de grande força para concretizarem seus rituais...em vez de templos fechados eles reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge Avebury, Silbury Hill e outros.



Durante séculos, Stonehenge foi cenário de reuniões de camponeses e nos últimos 90 anos os "Druidas" modernos celebraram aqui o solstício de Verão. Durante aproximadamente 20 anos, milhares de pessoas se reuniam no local todos os meses de junho para assistirem ao festival que aí tem lugar. Mas em 1985 as autoridades proibiram tanto a vinda dos Druidas como o festival em si, receosas de que as pedras, assim como a paisagem circundante, possam ser danificadas

Diversas pedras de Stonehenge tem desenhos ou inscrições feitas pelas antigas civilizações, embora já estejam bastante apagadas pelo tempo. Como o local não fica longe de Londres, há diversas excursões de um dia que vão até lá. Se você está de carro, Stonehenge fica duas milhas à oeste de Amesbury, quase na junção das estradas A303 e A344.



O fim de Stonehenge aconteceu por volta do ano 1600 AC. Foi a partir daí que começou sua destruição. Apesar do tamanho enorme, muitas das pedras desapareceram. As menores foram carregadas por visitantes que queriam levar uma "lembrança". A partir de 1918 o local começou a ser recuperado, e muitas das grande pedras que estavam inclinadas e ameaçando tombar foram reerguidas. Atualmente, o lugar é administrado pelo English Heritage, e como o número de visitantes é de cerca de 700.000 por ano, foram tomadas medidas mais rigorosas para garantir a preservação de Stonehenge



ARTE RUPESTRE

O contato íntimo com a natureza e a dependência em relação a ela moldaram o pensamento do homem pré-histórico. Acreditava-se que espíritos habitavam as águas, as árvores, as montanhas e os animais. Por isso, para obter seu alimento, era necessário que ele entrasse em acordo com os espíritos da natureza. Procurava controlá-los por meio de ritos e oferendas, pedindo-lhes a sorte na caça, a abundância na coleta e a fertilidade humana animal. (RODRIGUE, Joelza Ester. História em documento: imagem e texto. São Paulo: FTD, 2001).


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Capela Sistina do Paleolítico Caverna de Altamira na Espanha

O QUE VALE MAIS?
A PRESERVAÇÃO DAS PINTURAS RUPESTRES ORIGINAIS SEM ACESSO DO PÚBLICO, OU A ACESSIBILIDADE DOS TURISTAS À RIQUEZA DESTE PATRIMÔNIO?


A polêmica da caverna de Altamira

Reabertura da Capela Sistina paleolítica, fechada desde 2002, traz de volta os turistas, mas coloca em risco pinturas rupestres de 14 mil anos

João Loes
AMEAÇA
Fungos já cobrem parte das pinturas na caverna espanhola

Desde 2002, a caverna de Altamira, no norte da Espanha, está fechada para visitação. Nas pedras de suas entranhas estão registradas pinturas rupestres de cerca de 14 mil anos. Trata-se de uma coleção de arte pré-histórica tão singular que o espaço é chamado de Capela Sistina da era paleolítica. Até 2002, centenas de milhares de turistas disputavam os 8,5 mil ingressos colocados anualmente à venda para uma visita ao local. Hoje, porém, até pesquisadores têm dificuldade para conseguir estudar as pinturas in loco. Segundo relatórios de comissões federais espanholas, a umidade e o dióxido de carbono produzidos pela respiração humana, as luzes artificiais usadas para iluminar as paredes e a elevação da temperatura média da caverna alteraram o ecossistema do espaço. Fungos até então inexistentes passaram a se proliferar, desgastando a tinta milenar. O fechamento foi o caminho escolhido pelo governo espanhol para conter a degradação do sítio. A decisão, porém, será revista em meados deste mês, quando a comissão que administra o local se reunirá para decidir o futuro do espaço. Muitos interesses estão em jogo e há vozes contrárias à abertura.

Altamira fica na região de Cantábria, que sempre se beneficiou do turismo que o sítio gerou. Portanto, não foi uma surpresa quando vieram a público, em 2010, notícias de que o governo regional estaria pressionando o Ministério da Cultura espanhol para reabrir a caverna. Os defensores da exposição questionam os métodos usados pelas comissões que avaliaram o impacto do trânsito humano no sítio. “A identificação dos fungos e das bactérias em ação em Altamira não foi cuidadosa o suficiente”, disse à ISTOÉ Robert Koestler, diretor do instituto de conservação do Museum Smithsonian, nos Estados Unidos.

Para ele, a instalação de filtros de ar e a aspersão de biocidas viabilizariam a retomada das visitas. “Altamira é uma caverna linda que mostra uma fase fascinante do desenvolvimento humano”, afirma. “As pessoas só entenderão a riqueza das pinturas com acesso ao original.” Os administradores de outros sítios com pinturas rupestres, principalmente na Europa, não compartilham dessa opinião. É o caso da caverna Chauvet, na França, cujo acesso, limitado a especialistas, só é permitido depois de muita burocracia. “Nossos relatórios reafirmam a necessidade de manter a gruta fechada”, afirmou à ISTOÉ Cesáreo Sáiz, do Conselho Nacional de Pesquisas da Espanha (CSIC). “Mas, em última instância, a caverna é do governo federal e a decisão será dele.” Como se vê, a polêmica está só começando.

Comportamento http://www.istoe.com.br/reportagens/174108_A+POLEMICA+DA+CAVERNA+DE+ALTAMIRA
| N° Edição: 2191 | 04.Nov.11 - 21:00 | Atualizado em 05.Jan.12 - 23:15